Colheita de Cana crua
O novo sistema de produção, desenvolvido pelo Grupo Balbo, permite realizar a colheita de cana sem a necessidade de queimadas. As colhedoras, ao mesmo tempo que retiram a cana, promovem a deposição da palha verde no solo, o que cria uma cobertura morta que protege da erosão e da insolação, recicla nutrientes e é a base alimentar para o estabelecimento de uma rica e complexa teia alimentar.
Em nosso sistema, a terra também ganha. Ela recebe efluentes orgânicos, líquido e sólidos, que são subprodutos da indústria, chamados vinhaça, torta de filtro e fuligem. Como o ciclo de produção de um canavial é de aproximadamente 6 anos, obtendo 5 colheitas, o solo é revolvido apenas a cada 6 ou 7 anos. Este ciclo produtivo é complementado por uma rotação de culturas com adubos verdes, que adicionam às áreas biomassa e Nitrogênio, um dos principais nutrientes vegetais. Além disso, as máquinas e veículos possuem esteiras e pneus de alta flutuação, minimizando a compactação do solo.
A integração dessas técnicas ao longo do tempo, aliada à total supressão do uso de pesticidas e fertilizantes químicos sintéticos, enriquece a biota do solo com microorganismos benéficos, desde os decompositores de matéria orgânica até os sintetizadores de moléculas nobres e complexas, que concorrem para o restabelecimento da bioestrutura ativa do solo, não apenas regenerando, mas melhorando sua fertilidade natural.
Assim, o Projeto Cana Verde tornou-se um exemplo mundialmente conhecido de agricultura orgânica regenerativa.